Capítulo 4
Capítulo 4
Rosana lançou um olhar para Flavia ao lado e, ao ver as marcas de beijo semiocultas em seu pescoço, conteve sua fúria e disse com um sorriso forçado: “Como eu poderia encontrá–lo se não viesse aqui?”
Thales virou–se para Flavia e disse: “Entre e vá trabalhar então.“–
Flavia acenou com a cabeça e passou por Rosana, entrando na cafeteria. Text content © NôvelDrama.Org.
Ela trabalhava lá, pois apenas esse lugar aceitou acolhê–la após procurar por muitos empregos.
Assim que ela se afastou, Rosana se aproximou e enlaçou o braço de Thales, com um tom de voz que misturava charme e manha, “Ainda está zangado?”
“Vamos conversar no carro.”
Rosana, de maneira carinhosa, continuou com seu braço entrelaçado ao dele, e ele não a repeliu.
Antes de entrar no carro, Rosana pegou um desinfetante de sua bolsa e borrifou várias vezes no assento do passageiro, em seguida, levantou a cabeça e sorriu radiante, dizendo, “Precisa de desinfetar aqui.”
Flavia havia sentado ali, e ela considerava isso um mau presságio.
Thales a observava fixamente, sem dizer uma palavra, consentindo com seu comportamento.
Mesmo com Flavia logo atrás deles.
Através do vidro, Flavia testemunhou tudo.
Ela viu a indulgência de Thales para Rosana, viu o carinho que ele tinha por ela.
Aqueles favorecidos sempre são audaciosos. Thales ama Rosana, então, por mais irracional que ela agisse, tudo era justificado nos olhos de Thales.
Mesmo que isso incluisse humilhar sua esposa diante dele.
Após a desinfecção, Rosana finalmente entrou no carro.
Ela ajeitou seus cachos e segurou a mão de Thales, “Por que essa cara feia? Eu não vou mais falar de seu divórcio com ela, tá bom?”
Thales a mimava muito, mas sempre que ela mencionava o divórcio com a muda, ele prontamente se zangava.
Embora ele sempre dissesse que não amava aquela muda, que sua relação era puramente de responsabilidade e uma promessa a Rafael, Rosana ainda assim se irritava.
Ela desejava um amor exclusivo, não este tipo de afeto que precisava ser escondido.
Todos diziam que ela era o tesouro de Thales, que, ele dava tudo a ela exceto pelo casamento.
Mas apenas Rosana sabia que não era bem assim.
Se Thales realmente a amasse o suficiente, ele não permitiria que ela enfrentasse esses desprezos. O que valem as promessas? Seu avô morreu há três anos, por que ainda se importar com essas coisas?
Quem ele ama? Ele não ama ninguém, apenas a si mesmo.
Thales acendeu um cigarro, recostou–se no assento e deu duas longas tragadas, enchendo o carro de fumaça.
Thales disse: “Rosana, eu disse que vou garantir que nada lhe falte enquanto você estiver comigo, e posso cuidar de você para o resto da vida se você nunca se casar. Eu cumpro o que prometo.”
Dizendo isso, ele virou a cabeça para olhá–la, “Essa é a minha promessa para você, mas da mesma forma, minha promessa ao meu avô também permanece.”
Rafael, em seu leito de morte, o fez jurar que cuidaria de Flavia pelo resto da vida, mesmo sem amá–la.
Thales jurou.
*Ele fez apenas duas promessas em sua vida, uma a Rafael e a outra, a Rosana.
Promessas! Sempre essas malditas promessas, Rosana sentia vontade de explodir toda vez que ouvia essa palavra!
“Sim, eu sei que você cumpre suas palavras,” Rosana disse, reprimindo a raiva que sentia, com um tom abafado: “Mas claramente, fui eu quem esteve com você primeiro.”
Depois de dar a última tragada, Thales jogou a bituca pela janela, segurou a mão de Rosana de volta e disse, com um tom ainda mais indulgente, “Eu te devo desculpas. O que vocé quer, apenas peça.”
Rosana pensou por um momento e disse, “Eu não quero mais dirigir aquele Ferrari, quero trocar por um Maserati.”
Thales sorriu levemente: “Trocado.”
“E, não quero que vocé volte para encontrar aquela muda por um mês.”
“Está bem.”
Só então Rosana sorriu satisfeita, “Então, vamos trabalhar.”
Flavia observou o carro se afastar e então se virou, enquanto o pano que segurava em suas mãos já estava todo amassado.
Ela colocou o pano na mesa e o alisou, como se estivesse acalmando seu próprio coração apertado.
“Não fica zangada por tudo agora mesmo?”